Quando pensamos nas possíveis causas para o surgimento de dificuldades auditivas e até mesmo para a total perda de audição, logo de cara alguns fatores nos são apresentados na busca pelo culpado. Perfurações internas no tímpano, falta de limpeza do excesso de cera no ouvido, infecções causadas por exposição prologada e desprotegida a ventos fortes, muito comum na praia e em outros locais abertos, danos ao ouvido interno e às vias nervosas. A lista é longa, e esses são apenas alguns dos suspeitos. Mas, você sabia que pode existir um vilão muito maior e que até pouquíssimo tempo não era creditado?
A demência não se caracteriza como uma doença em específico, mas sim por um grupo de complicações atenuadas por fatores-chave, como o avanço da idade. Sabe aquela sensação de que quanto mais velhos ficamos, mais esquecemos das coisas? Pois é, mesmo com uma capacidade de armazenamento incrível, nosso cérebro não consegue guardar tudo o que vemos, lemos, ouvimos e aprendemos. Com o tempo, ele começa a ficar cada vez mais seletivo quanto ao que é armazenado, dando prioridade às memórias ligadas por emoções fortes, como o primeiro “eu te amo“, o dia do casamento, o primeiro parto, etc.
Acontece que pessoas mais idosas costumam a cada dia que se passa terem menos memórias armazenadas, ao mesmo tempo que, ironicamente, menos espaço para guardá-las. Além disso, como citado, outras doenças e complicações que normalmente acometem a população mais idosa são intensificadas, como a limitação de outras atividades diárias.
O que o doutor Frank R. Lin e sua equipe começaram a analisar foi justamente como a perda auditiva, mesmo que gradativa, influenciava e também era influenciada quanto ao surgimento de casos como a demência e Alzheimer. Foi constatado que, por conta das dificuldades em ouvir e compreender, era gerada uma tensão capaz de interferir na cognição normal, além do fato de que pessoas que se encontram nessa situação acabam se isolando socialmente, o que causa estagnação mental. O que ficou claro para ele e sua equipe foi que quanto mais severa a perda auditiva, maiores são as chances de se apresentarem essas complicações.
Portanto, ficou atestado, mesmo sem haver um entendimento completo e preciso sobre o que causa essa relação, que o diagnóstico precoce favorece o tratamento da perda auditiva, e também atrasa a progressão da demência e da doença de Alzheimer em pacientes idosos, principalmente naqueles que já tenham casos na família.
É de extrema importância que você esteja sempre atento aos sinais de sua saúde. Procure um médico responsável e garanta qualidade de vida para você e para as pessoas ao seu redor!